Pages

domingo, 10 de junho de 2007

CO(M)TEXTO


Francisco Carlos de Mattos¹

“Silêncio... calar que fala mais que mill falas. Eloqüente discurso repleto de fala, que cala a fala do outro”.²

I.REFLEXÕES INICIAIS
Antes, muito antes, da formação no magistério, já existia o incômodo com questões ligadas ao falar e escrever dos simples mortais que fazem do cotidiano da vida a melhor escola (nos vários sentidos que este possa ter, principalmente no que se refere à facilidade de se dizer não à rotina, de, marotamente, transgredi-la). Fugiram da escola? Queriam entrar, mas tiveram acesso negado? Nem chegaram a pleitear vaga? Para cada questionamento enquadramos um sem-número de “futuros doutores”. Evidente que para os que se encaixam no primeiro, mesmo tendo fugido sem ter entendido porque “Ivo viu a uva” ou “a bola é bela”, virar doutor, sendo, hoje, aprovado no vestibular de qualquer “McUniversidade”, é a maior moleza. Ué, professor... ou será melhor, eu, hein professor! Maneira mais esquisita de iniciar reflexões sobre a comunicação escrita e falada.
Na verdade, esses primeiros passos têm muito a ver com o que se pretende defender.
Críticas foram construídas há tempos, pelo tamanho dos títulos-tema dos textos, que se produzia alegando os censores serem os mesmos complicados pela extensão de linhas. No “jiboiar” da cama, olhos fixos no teto, apreciando figuras geométricas das mais doidivanas possíveis, dançando ao “som” do reflexo das luzes, surgem bolinhas entrelaçadas (sombra da corrente da luminária), sugestionando reticências... Ué, pensa-se... porque não criar um título-tema monossilábico, para agradar a gregos e troianos ? É isso, foge-se do estigma de escritor-dos-títulos-extremamente-compridos, mostrando que se é capaz de escrever sobre “EU” ou “UÉ”, por exemplo, e depois retoma-se o caminho. Por outro lado, o que o .... esquece... o que o título tem a ver com o tema ? Nem sempre eles são fiéis um ao outro. Não se está, com isso, querendo afirmar que um monossilábico título seja infiel ao tema discorrido.
Acredita-se que qualquer motivo é mais do que justo - é perfeito!- para se produzir um texto. Escrever por e para qualquer coisa, deveria ser praxe em nossas vidas. Falar de, para... anotar o que se fala, acreditando que o que se escreve vai ser de suma importância para quem vier a ler. Nosso eu não é mudo... é tudo...vai fundo nas pretensões Ninguém fala ou escreve por você ou pelo menos não deveria. Na medida em que você exerce o direito de expressão, demonstra ser e ter referência, identidade. Cidadania? Pode ser, mas ainda não se pretende ocupar esse espaço. Você quer? Sugere-se deixar um pouquinho mais lá para frente. Afinal, ter-se-á um bom tempo para se ficar juntos. Bem, confessa-se que é o que se pretende. Será que se conseguirá ?
É importante deixar claro, que a conquista de interlocutores acontece quando a democracia prevalece. Fala-se com e para. Isso denota o mínimo de duas pessoas conversando, trocando idéias, checando ideologias, emitindo mensagens um para o outro. Para transformá-lo(a) em leitor(a) nesse momento (e por esse momento), o texto é produzido de tal maneira, que você, ao lê-lo, tem vontade de responder ou de falar alguma coisa. É a interatividade querendo funcionar.
Mas, falar e escrever só para quem teve acesso aos bancos escolares das grandes e melhores universidades do país ou caso Deus tenha ajudado, quiçá as do mundo. Falar e escrever do jeito que a gente sabe só nos fundos dos quintais, onde a prosa rola solta e o que se escreve, vale; quer dizer, “vale o que está escrito!” Se existe alguém ali com formação acadêmica e, principalmente, em Língua Portuguesa, o título foi, tranqüilamente, esquecido em casa ou deixado no portão do recinto, tal qual se fazia no velho oeste um pouco mais civilizado, quando se deixavam as armas na entrada dos “Saloons”. Com certeza neste espaço não se “corta” a fala do sujeito e nem olhares e atitudes têm a desfaçatez e a frieza de um canivete como na história de Elias Canetti³. Sujeito aqui é tomado no seu sentido filosófico, que desenvolve sua intelecção com outros sujeitos-interlocutores-corporativistas, que se entendem e se sentem seres reais, demonstram qualidades e praticam ações, têm identidades e se orgulham delas. São libertos dos academicismos, falam as suas falas, criam e se divertem com as sua criações e com as suas criatividades.
De acadêmico nas relações sociais, destacam-se posturas, respeito ao outro pelo outro, ou seja, por ser o outro, não por ter isso ou aquilo, essa ou aquela formação. Respeito e admiração se conquistam nas relações sociais do cotidiano, no tête-à-tête, no acreditar no que se fala e no que se ouve, no rir de doer a barriga com as bobagens ditas, na cumplicidade do se perder a hora. Este é o corporativismo que vale a pena ser integrado.
Escola boa essa que respeita a individualidade do sujeito e a sua fala. Bom aluno esse, que se vendo respeitado naquilo que é e no que fala, entende a fala da escola e o seu papel numa sociedade de papéis.
Não é a escola que faz o aluno e sim o contrário. Quantas vezes não se ouviu essa frase em nossa trajetória escolar? E o engraçado é que sempre se achava “conversa fiada”, caretice de professor que já esqueceu o quanto é bom matar aula para namorar ou “bater uma pelada” na praia, com a galera feminina dando a maior força na torcida. _Cara, muito melhor que aturar o chato do Francisco ! _ Também se entende desse jeito. Imaginem um velho-professor-velho falando pelos cotovelos e, muitas das vezes nos fazendo escrever o que fala (o que dita, pois a “sua fala” não é exatamente dele e sim do autor do livro texto, que não foi adotado pela turma, justamente para não cortar esse barato metodológico do docente. Se lhe tirar o livro, tira-se a sua língua, as forças, a criatividade).

¹. Mestre em Educação pela UERJ, professor do Ensino Médio e Orientador Educacional da Rede Pública Municipal de Cabo Frio, professor de Gestão da Unidade Escolar I e II e de TCC da Faculdade de Educação Silva Serpa, no Município de São Pedro da Aldeia e, atualmente, ocupando o cargo de Chefe do Serviço de Orientação Educacional de 5ª a 8ª séries, de Ensino Médio e EJA na Secretaria Municipal de Educação de Cabo Frio.
². Poema produzido especialmente para ilustrar a “abertura” da Dissertação de Mestrado do autor.

³.Elias CANETTI. A língua absolvida. São Paulo : Companhia das Letras, 1989.
OBS1.:Este texto pretende convocar/provocar outros autores. Uma frase que seja, fará de você co-autor do mesmo. Tente dar continuidade.... Aguardo sua contribuição!!!

OBS2:O texto está em construção e ainda não passou por uma revisão ortográfica e gramatical. O leitor que perceber alguma falha nessa área, favor mandar mensagem comunicando tal fato.
Disponível em: http://xykkoboss.blig.ig.com.br/. Acesso e captura em 10 jun. 07.

Compenetrado para 2010

Compenetrado para 2010
Visto pela webCam

EU, COMPENETRADO!

EU, COMPENETRADO!

Eu_pela_camara_do_celular

Eu_pela_camara_do_celular

EUNAPAZ

EUNAPAZ
SORRISO É O ESPELHO DA ALMA.

EU

DE PÉ E À ORDEM... SEMPRE!

"PROF, FRANCISCO MATTOS OE DO ALFREDO CASTRO E MÁRCIA FRANCESCONI

ENCONTRO DE MAÇONS

ENCONTRO DE MAÇONS

PANÓPTICO VIRTUAL

Boca da Barra - CF

Boca da Barra - CF

Serra do Rio Rastro (http://www.panoramio.com/photo/752018)

Serra do Rio Rastro (http://www.panoramio.com/photo/752018)
O VERDE É LINDO!

Arquivo do blog