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segunda-feira, 23 de abril de 2007

Eu, Orientador Educacional, 27 anos formado, “drogado” e “prostituído” pelo FEBEAPEBRA*




Francisco Carlos de Mattos ¹

Resumo: Assim como qualquer professor das chamadas disciplinas do Núcleo Comum de matérias, como, por exemplo, Língua Portuguesa, Matemática, Geografia, História, Língua Inglesa, Biologia etc pode fazer pós-graduação em Orientação Educacional e atuar como tal, quem é Orientador Educacional pode fazer, também, uma pós em qualquer uma das disciplinas citadas e lecioná-las no 2º segmento do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Não pode? O que pode um, não pode o outro?

O presente artigo tem por pretensão refletir e demonstrar algumas convenientes vantagens não muito acadêmicas conquistadas pelas IES que oferecem determinados cursos de pós-graduação Lato-Sensu, de 1 ano de duração, que habilitam o concluinte ao exercício profissional, mesmo que sua graduação não tenha sido da mesma área que aquela.
Pormenorizando a tese enunciada, pode-se ilustrar este problema com os cursos de formação de Especialistas em Educação (Orientação Educacional, Supervisão e Inspeção Escolar) e Psicopedagogia.
O questionamento sobre tal problemática não surgiu agora. A discussão remonta as mudanças ocorridas no tempo de duração dos cursos superiores, principalmente os de formação de professores, que passaram de quatro, no sistema anual, para três, na forma de semestralidade. Encurtaram a formação acadêmica dos professores e com ela a competência dos mesmos no mercado de trabalho. Hoje, qualquer pessoa que se disponha a fazer uma preleção, é chamada de professor. Assim o é com os técnicos de futebol, que, mesmo tendo a maioria fugido da escola na época em que deveria ter estudado, é caracterizado dessa maneira por seus jogadores.
O professor Rômulo Lins (2003)argumenta que


hoje a licenciatura tem a função impossível de formar um professor capaz de sobreviver mesmo em isolamento profissional (...)Ela passa a ser apenas uma iniciação que visa educar o olhar do futuro professor para ver a diferença e lidar com ela e educar os hábitos dele para o trabalho cooperativo com colegas (...) O objetivo da licenciatura é educar futuros professores. Por isso eu argumento que o grande problema das licenciaturas em Matemática é o modelo 3+1, equivalente a três anos de estudo de Matemática mais um ano de Pedagogia. Por estar centrada nos conteúdos e não na formação profissional, essa proposta contribui pouco para iniciar o licenciando em sua vida profissional. E isso acontece em quase todas as licenciaturas, boas ou ruins..

A ponderação feita pelo profissional acima, vem ao encontro das observações que se pretende alinhavar nesse espaço, começando, como demonstram as evidências até aqui manifestadas, pelas polêmicas situações da formação acadêmica dos professores.
Para contribuir com tal proposição, é ainda o citado profissional quem afirma, que “os professores não são mal preparados. Mal preparado é o modelo de formação docente”.
Mesmo que se insistisse no sistema antigo de formação, a (de)formação continuaria, pois o modelo 3+1, ou seja, três anos de formação específica e somente um de pedagógica não estaria contribuindo em nada no sentido de habilitar o profissional para um bom desempenho na sala de aula. Diminuiu-se um ano de permanência na instituição, mas a proporção estatística continuou a mesma, sendo 75% do tempo para a formação específica e o restante para a pedagógica.
Se a graduação do profissional da educação encontra-se nessa perspectiva, não é necessário muito esforço de memória para se compreender os caminhos pelos quais trilhará uma pós-graduação, principalmente no campo da pedagogia ou psicopedagogia. Carecem àqueles profissionais de respaldos teóricos, que os propiciem uma melhor concepção da educação enquanto fenômeno de mudanças, primeiro de e no próprio indivíduo, no sentido maturaniano de autopoiese, de dentro para fora. Entender, que o conhecimento acontece no interior do indivíduo, quando da internalização do meio externo. O encontro entre sujeito e objeto e a influência de um sobre o outro.
Não se pretende aguçar uma polêmica pelo simples fato da estratégia textual. O tema, acredita-se, há muito vem sendo burilado na cabeça de inúmeros profissionais, mas pouquíssimos são os que se arriscam a socializar as suas inquietudes. Uma dessas angústias fez nascer o pensamento de que, se como qualquer professor das chamadas disciplinas do Núcleo Comum de matérias, como, por exemplo, Língua Portuguesa, Matemática, Geografia, História, Língua Inglesa, Biologia e etc, pode fazer pós-graduação em Orientação Educacional e atuar como tal, quem é Orientador Educacional pode fazer, também, uma pós em qualquer uma dessas disciplinas citadas e lecioná-las no 2º segmento do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. O que pode fazer um, pode fazer o outro.
Vale ressaltar, que o norteamento dessas reflexões deve-se pela angústia maior de uma experiência de vinte e sete anos de formação e comprometimento com as causas educativas e, o que merece mais cuidados e melindres, com a formação de futuros profissionais da educação. Portanto, cabe uma ressalva quanto ao título desse artigo, onde espera-se uma compreensão aos empréstimos feitos das obras “Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída” e “Febeapá”. Aguarda-se o entendimento de que ao longo desse tempo, muito se drogou e deveras se prostituiu profissionalmente, face os moldes de formação docente e que não se conseguiu, diante de tantos aviltamentos, fugir do FEBEAPEBRA (Festival de Besteira que Assola a Pedagogia Brasileira).
Não se pode acreditar que todas as IES que propõem essas modalidades de cursos, estejam profundamente preocupadas com a formação acadêmica dos alunos que a elas acorrem, assim como, também, não se pode pensar o mesmo deles. Congrega-se, neste caso, a fome com a vontade de comer. Motivos financeiros movem os dois, configurando o que Darcy Ribeiro caracterizava como a nação dos diplomados em que prevalece a crença de que papéis são mais importantes do que a competência e o conhecimento.
É preciso entender, que a verdadeira formação do profissional da educação, passa bem longe da faculdade e das várias e toscas aulas de seus professores. Vale nesse momento, resgatar o bom senso inserido no senso comum de que não é a faculdade que forma o aluno e sim o contrário. Cabe mais a volição do aluno do que a boa vontade do professor. Aprender, construir conhecimentos, produzir saberes não se compram nos bares e lanchonetes, que se fazem anexos das faculdades. São fenômenos intrínsecos ao indivíduo.

* Título enquanto corruptela das obras “Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída” e “FEBEAPÁ”
¹. Mestre em Educação pela UERJ, professor do Ensino Médio e Orientador Educacional da Rede Pública Municipal de Cabo Frio, professor de Gestão da Unidade Escolar I e II e de TCC da Faculdade de Educação Silva Serpa, no Município de São Pedro da Aldeia e, atualmente, ocupando o cargo de Chefe do Serviço de Orientação Educacional de 5ª a 8ª séries, de Ensino Médio e EJA na Secretaria Municipal de Educação de Cabo Frio.
Referências Bibliográficas
LINS, Rômulo. A formação exige prática. Disponível em:
http://novaescola.abril.com.br. Edição Nº 165 – Setembro de 2003. Acesso e captura em23 abr. 07.
PONTE PRETA, Stanislaw. FEBEAPÁ 2. Rio de Janeiro, GB. Editora Sabiá, 1967.
HERMANN, Kai; RIECK, Horst. Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída. 4. ed. São Paulo: Difusão Editorial, 1982.


domingo, 22 de abril de 2007

ADORO SEPULCROS CAIADOS E LÁGRIMAS DE CROCODILO



Arnaldo Jabor
Eu adoro a estética da corrupção. Adoro a semiologia dos casos cabeludos sob suspeita, adoro a reação dos implicados, adoro o vocabulário das defesas, das dissimulações, as carinhas franzidas dos acusados na TV, ostentando dignidade, adoro ver ladrões de olhos em brasa, dedos espetados, uivos de falsas virtudes e, mais que tudo, lágrimas de crocodilo.
Todos alegam que são sérios, donos de empresas "impecáveis". Vai-se olhar as empresas, e nunca nada rola normal, como numa padaria. As empresas sempre são "em sanfona", uma dentro da outra, en abîme , sempre têm holdings, subsidiárias, são firmas sem dono, sem dinheiro, sem obras, todas vagando num labirinto jurídico e contábil que leva a um precioso caos proposital, pois o emaranhado de ladrões dificulta apurações.
Me emociona a amizade dentro das famílias corruptas, principalmente no Nordeste. Ohh, Deus! Lá, creio eu, há mais amor do que entre picaretas paulistas ou cariocas. Lá existe uma simbiose maior no parentesco, mais calor humano, mais "fio de bigode". São inúmeros os primos, tios, ex-sócios, ex-mulheres que assumem os contratos de gaveta, os recibos falsos, todos labutando unidos, como Ali Babás sincronizados. Baixa-me imensa nostalgia de uma família que não tenho e fico imaginando os cálidos abraços, os sussurros de segredo nos cantos das casas avarandadas, o piscar de olhos matreiros, as cotoveladas cúmplices quando uma verba é liberada pela Sudam em 24 horas, os charutos comemorativos; tenho inveja dos vastos jantares nordestinos, repletos de moquecas e gargalhadas, piadas, dichotes, sacanagens tão jucundas, tão "coisas nossas", tão "alagoas", que me despertam ternura pela preciosidade antropológica de imagens como a piscina verde em Canapi, a barriga de Joãozinho Malta (lembra m?), a careca do PC Farias e as sobrancelhas de Jader. Esses signos e símbolos muito nos ensinaram sobre o Brasil real.
Adoro também ver as caras dos canalhas. Muitos são bochechudos, muitos têm cachaços grossos, contrastando com o style dos populares magros de seca, de fome, proletários chiques, elegantérrimos pela dieta da miséria.
Todos acumulam as mesmas riquezas: piscinas, fazendas, lanchões, miamis, todos têm amantes, todos têm mulheres desprezadas e tristes, com filhos oligofrênicos, deformados pelas doenças atávicas dos pais e dos avós.
Aprecio muito os bigodões e bigodinhos. Nas oligarquias, eles não usam a bigodeira severa de um Olívio Dutra, babando severidade, com um eco de stalinismo e machismo gaúcho, não. Os bigodes corruptos são matreiros, bigodes que ocultam origens humildes criadas à farinha d'água e batata-de-umbu, na clara ocultação de um acismo contra si mesmos, camuflando os ancestrais brancos cruzados com índios e negros, raquíticos por séculos de patrimonialismo.
Também gosto muito do vocabulário dos velhacos e tartufos. É delicioso ver a ciranda das caras indignadas na TV, as juras de honestidade, é delicioso ouvir as interjeições e adjetivos raros : "ilibado", "estarrecido", "despautério", "infâmias", "aleivosias"...
São palavras que ficam dormindo em estado de dicionário e só despertam na hora de negar as roubalheiras. São termos solenes, ao contrário das gravações em telefone, onde só rolam palavrões: "Manda a grana logo para o f.d.p. do banco, que é um grande *#@, senão eu vou #@** a mãe deste *#&@."
Outra coisa maravilhosa nos canalhas é a falta de memória. Ninguém se lembra de nada nunca: "Como? D. Sirleide, aquela mulher ali, loura, popozuda, de minissaia? Não me lembro se foi minha secretária ou não".
E o aparente descaso com o dinheiro? Na vida real, eles cheiram a grana como perdigueiros e, no entanto, se justificam: "Ihhh... como será que apareceu um milhão de reais na minha gaveta? Nem reparei. Ahhh... essa minha memória!..."
Adoro também ver as fotos das placas da Sudam. Sempre aparece um terreno baldio com a placa da Sudam e o nome pomposo da empresa fantasma, onde, às vezes, ao longe, um burro pensativo pasta...
E o objetivo "social" dos financiamentos da Sudam, da Sudene? Nunca é uma empresa para desenvolver algo; são ranários de 10 milhões, fabricas de componentes para piscinas, empresas de ursinhos de pelúcia, ou esta maravilhosa Usimar, que ia custar um bilhão de reais para fazer peças de carro, mais caro que três General Motors na caatinga.
Amo também ver o balé jurídico da impunidade. Assim que se pega o gatuno, ali, na boca da cumbuca, ali, na hora da mão grande, surgem logo os advogados, com ternos brilhantes, sisudos semblantes, liminares na cinta, cínica serenidade de cafajestes e, por trás deles, vemos as faculdades malfeitas, as chicaninhas decoradas, os diplomas comprados.
E logo acorrem os juízes das comarcas amigas, que dão liminares e mandados de segurança de madrugada, de pijama, no sólido apadrinhamento oligárquico, na cordialidade forense e freguesa, feita de protelações, desaforamentos,instâncias infinitas, até o momento em que surge um juiz decente e jovem, que condena alguém e é logo chamado exibicionista"...
Adoro as imposturas, as perfídias, as tretas, as burlarias, os sepulcros caiados, os cantos de sereia, as carícias de gato, os beijos de Judas, os abraços de tamanduá.
Adoro tudo, adoro a paisagem vagabunda de nossa vida brasileira, adoro esses exemplos de sordidez descarada, que tanto nos ensinam sobre o nosso Brasil.
Sou-lhes grato pelas sujas lições de antropologia, verdadeiros "gilbertos freyres" da endêmica sem-vergonhice nacional.
Só um sentimento me atormenta o coração: não sei porquê, também me passa pela cabeça a imagem dos corruptos chineses condenados e ajoelhados no chão, com o soldado alojando-lhes uma bala de fuzil na nuca.
Penso nestas cenas e sinto uma grande inveja da China. Por que será?
Disponível em: http://brasilbrasileiro.pro.br/ajabor2.htm. Acesso e captura em 22 abr. 07

sábado, 21 de abril de 2007

RETRATOS DO BRASIL













1ª foto= Povo na rua, protestando contra medida tomada por Hugo Chavéz, lá na Venezuela;
2ª foto= Torcedores para comprar ingresso para final do campeonato paulista de futebol;
3ª foto= Fãs aguardando show do Evanescence - SP;
A interpretação depende de cada internauta que acessar esse blog. Posso adiantar, que tais fotos nos permitem uma bela redação, um excelente artigo científico, vocês não acham?


sexta-feira, 20 de abril de 2007

O PODER DE UMA PICADURA

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PROSTRADA PELA PICADURA
A minha mulher também foi vítima do implacável mosquito. Ficou por três longos dias de “molho” na cama. Aqui em Cabo Frio o Bairro das Palmeiras é um dos vários locais onde a proliferação dos mosquitos, leva a doença ao estágio de quase epidemia. Em nosso condomínio, o surto é grande e o susto maior ainda, até porque, o número de imóveis fechados, que apresentam objetos acumuladores de água parada, é gritante.
Ser derrubado por um mísero inseto díptero, sem trocadilhos, é o fim da picada.
Em alguns lugares, face o alto índice de infortunados pela picadura do dito cujo, o poder judiciário expediu liminar para que agentes da Saúde Pública adentrassem os imóveis fechados. Mas, para que isso aconteça, alguns desgraçados têm que entrar em óbito.
Acredita-se, que o que se passa pela cabeça de determinados homens públicos, no que se refere ao caso em pauta, é a máxima de “numa guerra, perde-se alguns soldados, mas a guerra pode ser ganha”.
É preciso entender, que, neste caso, tem que ser pela vitória e pelo esforço da luta!



Principais criadouros do mosquito da Dengue e como você deve e pode colaborar:


1 - Manter as calhas sempre limpas; 2 - Guardar pneus em local coberto; 3 - Não deixar espalhados pelo quintal latas, plásticos, folhas secas acumulando água; 4 - Colocar areia grossa nos pratos de xaxim; 5 - Substituir a água das plantas por areia grossa; 6 - Manter as garrafas emborcadas ou em lugar coberto; 7 - Cobrir bem tambores e caixas d’água; 8 - Desinfetar periodicamente os ralos; 9 - Lavar os bebedouros dos animais com bucha; 10 - Manter as piscinas limpas e tratadas com cloro

domingo, 15 de abril de 2007

EU NÃO MATEI JOANA D´ARC E NEM ODETE ROITMANN E NEM O FARIA EM NOME DE DEUS

Francisco Carlos de Mattos*

E como Dante diz que não se faz ciência sem registrar o que se aprende, eu tenho anotado tudo nas

conversas que me parece essencial ¹..

Göebbels (ministro da propaganda de Hitler e pai do marketing) deve se remexer mais de mil vezes no túmulo sempre que seu pensamento é enunciado ou posto em prática. No atual contexto histórico, há sempre um jeito de fazer valer a máxima de que “uma mentira contada mil vezes se torna verdade”.
Não é preciso muito esforço intelectual, para deduzir que os que gostam de fazer uso dela são pessoas afeitas a falácias, falcatruas e maldades com seus pares, visando benefícios próprios.
Assim caminha a humanidade, reafirmaria Lulu Santos, onde os que a compõem, para não perderem o seu quinhão profissional e/ou para defendê-lo, lançam mão das mais diversas e cruéis estratégias. Os mais malvados chegam ao cúmulo de, para não haver mais perturbação, mandar “pulverizar” os seus desafetos. Outros, menos drásticos, fazem de tudo para tornar a vida dos seus inimigos um verdadeiro inferno, ao ponto de levá-los ao suicídio. Depois aparecem no velório com cara de ´Madalena arrependida`, para disfarçar. E são menos drásticos como os algozes de Getúlio Vargas e os que levaram à renúncia de Jânio Quadros ou os assassinos de Chico Mendes, que devem sustentar que não fizeram nada de errado.
Numa dimensão menor, mas com propósitos iguais, e que muitas vezes pode levar pais de família aos extremos, quando introjetam um sentimento de fracasso diante das pessoas que dependem deles, o profissional que, aprendendo a se constituir cidadão e, por força dessa condição, não se cala diante de injustiças, cobrando, dos que estão ocupando cargos de chefia, atitudes éticas e de respeito à área em que pertence, é visto como empecilho, como obstáculo à ascensão dos mesmos, sendo por isso demitido ou, do jeito como acontece e para melhor caracterizar o ato, expurgado da empresa.
Algumas dificuldades para o que demite ou o incentivador aparecem nessa hora fatídica. No caso do demitido ser profissional da educação e, mais especificamente, professor, o embaraço começa quando o dito cujo não tem motivos óbvios para ser mandado embora, quando conseguiu construir um relacionamento de respeito e conquista de seres humanos, ao invés de vê-los simplesmente como alunos (em seu sentido etimológico de “sem luz”), como faz um número significativo de professores e mostrando-lhes que conhecimento científico não se dá e nem se passa. Ao contrário, ele se constrói através de muito esforço, sendo, segundo Maturana e Varela (1997), autopoiético.
Há quem incentive e quem aceite os estímulos. Esse, em cargo mais elevado, de direção, por exemplo, visando uma administração democrática, onde delegar poderes é parte integrante de tal estilo de gestão, acredita em tudo que os subalternos dizem, homologando as decisões tomadas, principalmente quando esses são verdadeiros aduladores que, numa visão maquiavélica, vivem à sombra do poder, sugando os benefícios que este oferece, para se perpetuar no posto ocupado. Na íntegra, sobre tal tema, o pensador, historiador, diplomata e músico italiano Nicolau Maquiavel (1994: 113) já lá no século XVI, assim profetizou:


(...)e estes são os aduladores de que as cortes estão pejadas: porque que os homens tanto se comprazem nas suas coisas próprias, e aí de tal modo se enganam, que com dificuldade se defendem desta peste, e, a quererem defender-se dela, correm perigo de se expor ao desprezo. Porque não há outro modo de o príncipe se guardar dos aduladores que não seja o conhecimento que os homens tenham de que o não ofendem com dizer a verdade; mas o facto é que também quando cada um pudesse dizer a verdade ao príncipe não se teria para com ele toda a reverência. um príncipe prudente deve usar, portanto, de um terceiro modo com eleger no seu Estado homens sábios e só a eles livre arbítrio para lhe dizerem a verdade, e apenas acerca daquelas coisas que lhes pergunte e não acerca doutras; mas deve interrogá-los acerca de tudo e, depois de lhe ouvir a opinião, deliberar por si, a seu modo; e deve, nos conselhos, portar-se de tal modo com cada um deles, que cada um deles, que cada um saiba que quanto mais livremente se lhe fale, tanto mais o que assim proceder lhe será aceite: fora dos conselhos não deve afrouxar nas decisões tomadas, e deve obstinar-se nas suas resoluções. Quem proceder de outro modo, ou é precipitado pelos aduladores, ou muda amiúde pela variedade dos pareceres; do que resultará que seja pouco apreciado.

Esta postura deixa antever que quem a assume, publicamente veste uma carapuça de incompetência e demonstra uma enorme insegurança ao ver questionados os seus atos. E, sendo assim, o contestador, por tal descomedimento e revelando um suposto conhecimento a mais que o contestado, precisa ser, como foi, expurgado do convívio dos demais, para não ter a oportunidade de ´contaminar` os outros. Calar uma voz herética, que macula o poder ou quem está nele, quem se apodera dele ou quem, doentiamente, introjeta o poder de tal maneira, que se entende como o próprio poder, é a primeira solução que vem à mente.
Larrosa (2004: 48), nessa linha de raciocínio, diz que

O poder não funciona apenas intimidando e fazendo calar. A presença do poder não se mostra apenas no silêncio submetido que ele produz. O poder está também nesse burburinho que não nos deixa respirar. E, muitas vezes, até mesmo na maioria das vezes, o poder está em todas essas incitações que nos fazem calar. Mas que nos exigem falar como está ordenado, segundo certos critérios de legitimidade.

Esse pensamento abre possibilidades de se buscar outras palavras mais simplórias, mais próximas do bom senso do senso comum, que caracterize o silenciado, quando o identifica como o “boi de piranha”, numa estratégia do boiadeiro, que faz primeiro passar o animal mais magrinho em outro ponto do rio, sacrificando-o, para que os outros atravessem sem correr riscos de serem devorados pelos terríveis peixes.
Assim, a partir do silenciamento, cria-se uma aura de medo entre os que ficam e o ambiente fica insustentável, irrespirável. Neste caso, o sentimento de impotência se agiganta pelos quatro cantos do lugar, fazendo com que alguns experimentem uma sensação de covardia pairando sobre suas cabeças.
Do jeito como as articulações são feitas nesses momentos, para surtirem os fins desejados, é muito provável que consigam imputar ao demérito a culpa pela morte de Joana D´Arc ou até mesmo, ficção à parte, Odete Roitmann. Não tendo como se defender de calúnias construídas para justificar o injustificável, o pensamento de Göebbels (reveja o 1º § desse artigo) toma força nessa hora. Quando a difamação é construída por pessoas que usam o nome de Deus num país de maioria católica e, portanto, crente neste Ser Supremo, que usa esse artifício como forma de ter credibilidade ante os seus pares, torna-se extremamente difícil reverter a situação.
O que se pode afiançar em comunhão com o pensamento da Banda de rock Camisa de Vênus no título de uma das suas várias composições, é que, também, “eu não matei Joana D´Arc” e nem há como figurar na lista dos prováveis assassinos de Odete Roitmann ou de Salomão Ayalla. Uma confissão precisa ser feita neste momento de suspeitas ou de denúncias de culpas infundadas, quando não se tem coragem de matar uma indefesa formiga: não se deve matar nem as próprias esperanças em nome de Deus, até por que existem muitos falsos profetas, profanando o nome Dele, mesmo se dizendo crente.
É preciso que os que ficam não se deixem levar pelo místico canto das sereias e procurem construir alternativas de sobrevivência bem distantes das adulações previstas e denunciadas por Maquiavel. Quem foi afastado do convívio dos demais, mesmo assim, busca fazer isso ainda como heróico esforço de não se permitir ser visto e entendido como covarde ou canalha que conspirou contra instituições, que lhe amparou ou como péssimo profissional como tentam lhe imputar. Certeau (1994: 287) em muito contribui com essa idéia, ao dizer que

os combatentes não carregam mais as armas de idéias ofensivas ou defensivas. Avançam camuflados em fatos, em dados e acontecimentos. Apresentam-se como os mensageiros de um “real”. Sua atitude assume a cor do terreno econômico e social. Quando avançam, o próprio terreno parece que também avança. Mas, de fato, eles o fabricam, simulam-no, usam-no como máscara, atribuem a si o crédito dele, criam assim a cena da sua lei.

É importante registrar aos leitores que fizeram parte desse enredo, principalmente os alunos, o quanto se respeita e se gosta da instituição e da profunda consideração nutrida por eles, razão incontestável pelos vinte e nove anos de efetivo exercício profissional no campo da educação.
Se não for pela vitória, tem que valer pelo esforço da luta!

* Mestre em Educação pela UERJ, professor do Ensino Médio e Orientador Educacional da Rede Pública Municipal de Cabo Frio, professor de Gestão da Unidade Escolar I e II e de TCC da Faculdade de Educação Silva Serpa, no Município de São Pedro da Aldeia e, atualmente, ocupando o cargo de Chefe do Serviço de Orientação Educacional de 5ª a 8ª séries, de Ensino Médio e EJA na Secretaria Municipal de Educação de Cabo Frio.
Nota: ¹.Disponível em: http://www.classicitaliani.it/machiav/mac64_let_05.htm. Acesso e captura 15 Abr. 07.
Referências bibliográficas
CERTEAU, Michel de. A Invenção Do Cotidiano – 1. Artes do fazer. . Petrópolis, Vozes, 1994.
LARROSA, Jorge. Pedagogia Profana: danças, piruetas e mascaradas. Tradução de Alfredo Veiga-Neto. 4. ed., 2ª imp. – Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. [Tradução de Carlos E. de Soveral]. 5. ed. – Lisboa: Guimarães Editores, 1994.
MATURANA, Humberto e VARELA, Francisco. De máquinas e seres vivos. Autopoiese, a Organização do Vivo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
MULLEM, Gustavo; NOVA, Marcelo (compositores). Eu não matei Joana D´Arc. Salvador, Brasil. Som Livre, 1983. Intérprete: Camisa de Vênus.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

LATIFUNDIÁRIO

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muito espaçoso em vida, era incapaz de ceder um mísero lugar para uma santa velhinha.
Dois terços da cama eram seus.

Muitas vezes, espalhafatosamente, ocupava toda ela e a mulher quando não estava, ali ao lado, no chão, dormia no sofá da sala ou no quarto com as crianças.
Agora, divide com as minhocas, um ´latifúndio`de 7 palmos que lhe coube no cemitério.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

De alemão, milésimo gol, da fala de Thierry Henry sobre o "futebol-arte" dos jogadores brasileiros, de balas perdidas e da saudade de Darcy Ribeiro so



De alemão, milésimo gol, da fala de Thierry Henry sobre o "futebol-arte" dos jogadores brasileiros, de balas perdidas e da saudade de Darcy Ribeiro sobre a sua indignação quando caracterizaram o povo brasileiro de "chucro e ignorante" ou de "plebe rude e ignara"

Revoltante... nojento, mas, mola propulsora de uma boa reflexão. Assim pode-se caracterizar cada palavra ou expressão-chave que compõe o título-tema desta ponderação, excluindo, evidentemente, as lembranças de Darcy Ribeiro.
O que esperar de uma nação cujos políticos muito falam e pouco fazem e uma expressiva maioria demonstra através de atitudes, antes, durante e depois das respectivas casas legislativas, a intenção de trabalhar em causa própria, para se perpetuarem no poder? Como vislumbrar saídas para a extinção da fábrica de analfabetos totais e políticos, como denunciado por Bertold Brecht, que acabam se transformando no sustentáculo ou ponte, que facilitam o acesso e/ou retorno de canalhas ao poder político, que, através desse, conseguem muito rapidamente alcançar o poder econômico?
É possível encontrar mecanismos de transformação da escola, antes de se pensar e de se ter vontade de, inocentemente, mudar a sociedade? Pode-se pensar? É possível, ainda, aguçar a volição? Quanto tempo deve demorar para se ter resultados efetivos de implantação de outras culturas, de outros hábitos no campo da educação? O que é mais fácil: um elefante passar num buraco de agulha ou as faculdades de formação de professores desenvolverem um currículo que, verdadeiramente, forje a formação de educadores?
A princípio, é necessário que se entenda, principalmente os próprios profissionais que atuam na formação dos futuros educadores, que uma Instituição de Ensino Superior (IES) que têm por fim inserir no mercado os que vão desenvolver esse ofício, não podem e nem devem pensar que estão contribuindo com a formação de, por exemplo, matemáticos (livres pensadores dessa ciência espetacular), como satisfatoriamente faz o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), mas sim, de professores de Matemática, que precisam ter nessa empreitada acadêmica, sólida formação didático-pedagógica, para sustentar o conhecimento específico, que ocupa 75% da maioria das matrizes curriculares das IES brasileiras. Nesses 25% para a formação pedagógica, que tem disciplinas como Didática, Legislação Educacional, Fundamentos da Educação (Filosofia, Psicologia, Sociologia, História da Educação etc.) , o docente tem que se virar em estratégias didático-pedagógicas, para tentar levar o aluno a entender o porque de disciplinas tão "chatas", perdidas numa matriz curricular riquíssima de conhecimentos científicos, fazendo acreditar que se nas salas de aula tivesse pelo menos esse percentual o tema desse artigo poderia ter sido outro. O mesmo acontece em cursos como Letras e Biologia, onde os docentes contribuidores da/na formação de outros, também agem como se estivessem preparando grandes escritores, poetas, enfim, magníficos literatos ou profundos pesquisadores da/na área biológica. No mínimo, vão para as salas de aula, querendo fazer com os seus alunos, o que fizeram com eles.
Sem essa formação, os encontros didáticos se transformam em verdadeiros massacres, as salas de aula em arenas ou, para amenizar o impacto desse cenário, numa tremenda torre de babel, onde o que se fala, não se entende. Aulas chatas com professores estressados e com pré-adolescentes e adolescentes sem limites e com TPM (Tensão Pré-Maturidade ou Tentando Pirar o Mestre), transformam-se no real panorama do inferno.
Tudo isso é um prato feito para o surgimento e as inserções de programas, falas e pensamentos e as incúrias de governantes com a ausência de políticas públicas. Assim, péssima formação acadêmica de professores, que já chegam na escola estressados, aulas chatas e alunos desmotivados e sem limites, abrem as portas do “confessionário” para os Big Brothers da vida apresentando os “heróis” criados por Pedro Bial. Alemão é a sensação do momento, assim como o milésimo gol de Romário. Só esses dois, e não se vai listar tantos, já conseguem fazer o povo esquecer das barbáries cotidianas, das crueldades com crianças, como a feita com o inocente João Hélio aqui no RJ, arrastado por cerca de sete quilômetros pela Zona Norte do Rio, preso ao cinto de segurança do carro de sua mãe ou com Guilherme de Oliveira Frezze, atingido com tiro na nuca em tentativa de assalto no Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul ou, ainda, Alanda Ezequiel, de 13 anos, baleada e morta em Vila Isabel na troca de tiros entre polícia e bandidos e, em São Paulo, Priscila Aprígio, também de 13 anos, que ficou paraplégica, sem falar nos adultos que, infelizmente, têm os mesmos destinos. Depois disso tudo, não se tem como ficar tão revoltado assim, quando da declaração de Thierry Henry, jogador da seleção francesa de futebol, mais novo carrasco da nossa, quando do ajeitar os ralos cabelos ou a sobrancelha ou aquela sutil ajeitadinha na cueca, que cismava em entrar onde não devia de Roberto Carlos, fez o gol da vitória, que desclassificou o Brasil, afirmando que

Brasileiros jogam bem porque não estudam!
O atacante francês Thierry Henry ironizou, nesta quinta-feira, a aptidão dos brasileiros com a bola nos pés. Ele disse que precisava estudar quando era criança e não tinha o mesmo tempo para jogar o futebol que têm os garotos brasileiros. "É difícil definir os jogadores do Brasil, pois eles já nascem com a bola nos pés. Por outro lado, quando eu era criança, precisava estudar das 7h às 17h. Pedia ao meu pai para jogar bola, e ele dizia que antes vinham os estudos. Já eles (brasileiros) jogam futebol das 8h às 18h".

Não estudam e jogam bola. São, mais ou menos, dez horas por dia de futebol. Esste é um esporte que, supostamente, dá prazer e, além disso, está no imaginário da população fazer a conexão entre a sua prática e muito dinheiro. E quem não se desenvolve para o futebol, queda-se para o mundo do samba. São duas atividades, que, literalmente, dependem de destrezas, habilidades motoras (na linguagem popular, jogo de cintura), mas que, dificilmente, segundo Certeau (1994), conseguem levar o homem ordinário a criar astúcias,
ou seja, recriar no cotidiano práticas de vida, seus desejos e sonhos, e mesmo assim, como já discutido ao longo desse artigo, não o leva a se desvencilhar e se livrar das balas perdidas.
Enfim, acredita-se de extrema importância, resgatar o pensamento e a angústia do saudoso professor Darcy Ribeiro, quando imputavam aos brasileiros adjetivações de povo chucro e ignorante ou plebe rude e ignara. Como grande e estudioso antropólogo, demonstrava cientificamente, que tal maldade não passava de simples relativismo cultural. A cultura de cada povo tem as suas riquezas e para ele não existe outra mais rica. A riqueza cultural de um povo só pode ser avaliada pelo próprio povo.
Não se pode deixar cair na folia e na euforia futebolística em se pensar, que, realmente, o povo precisa é mesmo de futebol e carnaval. O época histórica do pão e circo já acabou, mas, vez ou outra, tenta retornar e dá a impressão de que conseguiu. O que se precisa mesmo, é do resgate da alegria, da sensação de bem estar na e para a sala de aula, se é que um dia ela já tenha passeado por lá, até porque, só se pode resgatar aquilo que já tenha existido. Do contrário, ninguém resistirá o tédio e o clima de velório em nossas escolas. Muitas já estão assim.
Referência Bibliográfica

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1 arte de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.


terça-feira, 10 de abril de 2007

PLEBE RUDE E IGNARA, SEGUNDO THIERRY HENRY



Estou com um título-tema na cabeça, que, pelo tamanho, já é um texto propriamente dito (ou será escrito?).
Vou cunhá-lo a seguir, só que, antes, é necessário publicar uma matéria sobre entrevista dada pelo suposto carrasco francês na última copa do mundo, o pseudo jogador-intelectual Thierry Henry. Vamos à matéria:

Os deuses e os anjos da bola
Por Leneide Duarte-Plon, de Paris em 4/7/2006
Quem compete pode ganhar, mas também pode perder. Por que o Brasil seria o único país que não pode perder num campo de futebol? E que tal se começássemos a querer ganhar em outros campos? Que tal se puséssemos nossas crianças nas escolas em tempo integral, com ensino obrigatório (de qualidade e universal) até os 16 anos, como na França? E se investíssemos em pesquisa científica em vez de comprar patentes e vender matérias-primas, como fazemos há séculos? Começaríamos, quem sabe, a aspirar a prêmios como um Nobel de medicina, de física etc.
Nesse sentido, vale a pena transcrever o comentário de Vinicius Mota (2/7), colunista da Folha de S. Paulo:
"Escola em tempo integral para todos. Como disse Thierry Henry, o atacante francês que carimbou o passaporte de volta dos canarinhos para o ninho (quem se lembra do hit da Copa de 1982?), ‘o Brasil é um celeiro de craques porque os meninos aqui ficam jogando bola o tempo todo, enquanto os franceses têm de ficar na escola o tempo todo’".
Disponível em: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=388JDB005 . Acesso e captura em 10 abr 07.

Terra escreveu:
Brasileiros jogam bem porque não estudam, insinua Henry O atacante francês Thierry Henry ironizou, nesta quinta-feira, a aptidão dos brasileiros com a bola nos pés. Ele disse que precisava estudar quando era criança e não tinha o mesmo tempo para jogar o futebol que têm os garotos brasileiros. "É difícil definir os jogadores do Brasil, pois eles já nascem com a bola nos pés. Por outro lado, quando eu era criança, precisava estudar das 7h às 17h. Pedia ao meu pai para jogar bola, e ele dizia que antes vinham os estudos. Já eles (brasileiros) jogam futebol das 8h às 18h", afirmou.
http://esportes.terra.com.br/futebol/copa2006/selecoes/interna/0,,OI1056503-EI5720,00.html. Acesso e captura em 10 abr 07.
Agora o título-tema do provável texto, antes que eu esqueça:
"De alemão, milésimo gol, da fala de Thierry Henry sobre o "futebol-arte" dos jogadores brasileiros, de balas perdidas e da saudade de Darcy Ribeiro sobre a sua indignação quando caracterizaram o povo brasileiro de "chucro e ignorante" ou de "plebe rude e ignara".


domingo, 8 de abril de 2007

DA PRÁTICA POLÍTICO-PEDAGÓGICA À PEDAGOGIA POLÍTICA DA PRÁTICA: PENSANDO O PPP



DA PRÁTICA POLÍTICO-PEDAGÓGICA À PEDAGOGIA POLÍTICA DA PRÁTICA: PENSANDO O PPP
Francisco Carlos de Mattos *

Desconhecimento e descrédito. O primeiro por falta de estudos. Na verdade, pela ausência da cultura de estudos, de pesquisa, de leitura e escrita no nosso país. O segundo enquanto conseqüência do primeiro, que, numa combinação de negativismos, esboça os contornos de uma imagem, que se pretende bem longe daqui.
A título de esclarecimento, pretende-se discorrer neste breve espaço sobre a importância da construção do Projeto Político Pedagógico para as nossas escolas e do valor da participação de todos os elementos que compõem a comunidade escolar, mais especificamente a do professor.
O primeiro parágrafo é uma referência ao que, infelizmente, acontece com parcela significativa de professores no que diz respeito à construção de tão importante documento norteador de caminhos de sucesso para a escola, quando prima pela conquista da autonomia e da formação política de todos que compõem a comunidade escolar e quando existe condições de promoção do desenvolvimento do cidadão em plena acepção da palavra.
O PPP absorve, além do imaginário dos bons profissionais, o desejo de uma escola plural, interdisciplinar, multicultural, holística. Entretanto, para que se efetive, é necessário que essa volição esteja no âmago de todos. Nessa perspectiva, percebe-se que, já que não é a instituição que forma o profissional e sim o contrário, nesse mergulho sem volta no fundo do poço das ambições capitalistas, pouquíssimos professores buscam construir esse panorama filosófico do que seja educação e do que ela representa para o ser humano. A idéia de escola com as características apontadas no início deste parágrafo depende de uma educação primeira, que até pouco tempo era dever da família que, infelizmente, fazendo parte dessa mesma sociedade e até mesmo sendo, em muitos momentos, o seu esteio, encontra-se na mesma passagem subterrânea verticalizada e, também, quase lá no fundo.
A concepção de PPP passa pelos estudos de muitos pesquisadores e entre esses, elege-se o pensamento de Veiga (1996) para esclarecer as melhores pontuações sobre momento tão importante para a comunidade escolar. Afirma a autora que

O projeto político-pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um
compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar
intimamente articulado ao compromisso sócio - político e com os interesses reais e coletivos da população majoritária.
´É político, no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. A

dimensão política se cumpre na medida em que ela se realiza enquanto prática especificamente pedagógica.’ (Saviani
1983, p.93). (...) Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do
cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e
as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade (1996: 12).

A adjetivação (bom) empregada no 4º § acima para definir o profissional, deve-se não somente àqueles que conseguiram galgar os mais altos degraus da escada da escolarização em cursos de pós-graduação stricto sensu, como mestrado, doutorado, pós-doutorado etc., pois, como já afirmado, esses predicados independem de escolarização. Qualidade de bom profissional se percebe pelo comprometimento com as causas educativas e, principalmente, com a contribuição nas formações humana e política do indivíduo. É por esse meandro que a concepção de holismo toma corpo nessas análises, assim como deveria ser preocupação constante na formação dos futuros educadores e das próximas gerações. Assim sendo, a inquietação deveria estar voltada para se encontrar um jeito de harmonizar o homem à natureza, ao meio em que se insere, buscando o equilíbrio dos aspectos físico, espiritual, emocional, mental, etc.. Há que se entender, que o ser humano não se constitui só de cabeça com a prevalência do intelecto em detrimento dos outros aspectos, como também não pode ser avaliado, visto, compreendido como somente consciência ou emoções. O homem é um ser complexo e só pode ser entendido no conjunto dessas características que o definem. Portanto, é o homem um ser essencialmente holístico.
Não existe instituição alguma extra-família que tenha se destacado por se preocupar com a educação de valores humanos antes da inquietação com o domínio do conhecimento científico. Não se prepara primeiro o intelectual para depois se pensar no homem bom, íntegro, fraterno; enfim, humano.
Para a construção de uma fundamentação bem sólida do PPP, mister se faz uma formação humana bem estruturada, que se faça carro-chefe de tal empreitada. Logo a seguir, pode-se recomendar a formação acadêmica.
Para que a essência do PPP possa surtir o efeito desejado, quando da inserção dos alunos egressos na sociedade, sabe-se que deveria haver também transformações em outros setores desse contexto mais amplo, a começar pela economia e, mais especificamente, pela má distribuição de renda, que se apresenta como a face obscura das injustiças sociais. Não se conseguindo extirpar esse câncer da sociedade, pouco efeito terá um PPP necessariamente democrático, filosoficamente profundo.
Isso é assunto para outros MOMENTOS e que não se sinta nessas palavras finais o gosto amargo do derrotista.
Se não for pela vitória, valerá pelo esforço da luta!

* Mestre em Educação pela UERJ, professor do Ensino Médio e Orientador Educacional da Rede Pública Municipal de Cabo Frio, professor de Gestão da Unidade Escolar I e II e de TCC da Faculdade de Educação Silva Serpa, no Município de São Pedro da Aldeia e, atualmente, ocupando o cargo de Chefe do Serviço de Orientação Educacional de 5ª a 8ª séries, de Ensino Médio e EJA na Secretaria Municipal de Educação de Cabo Frio.

Referências Bibliográficas
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. São Paulo: Cortez, Autores Associados, 1983.
VEIGA, Ilma P. A. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção coletiva. In: VEIGA, Ilma P. A. (org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 1996.



BOA PÁSCOA A TODOS ! ! !



Feliz Páscoa!

Que o seu TALENTO
traga muito
DIAMANTE NEGRO
e
OURO BRANCO,
além de muito
PRESTÍGIO
em sua vida,
e que tudo isto cause a
SENSAÇÃO
de estar em um
MUNDY
de alegrias
vivendo um
SONHO DE VALSA
embalado por uma
SERENATA de AMOR
para que todos nós, a todo momento gritemos:
BIS!!!!!!

Boas energias e grande abraço...
OBS.: Mensagem recebida pela amiga Jaqueline Assis, que está lá em Foz de Iguaçu.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

UM DIA A CASA CAI... AH, COMO CAI!

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O que é construído à base do ódio, da vingança, do medo (em qualquer circunstância) e da infelicidade do outro, não tem como ficar por muito tempo estruturado de tal modo, que não tenha nenhuma rachadura, nenhum pequeno tremor no alicerce, nenhum comprometimento, que não nos faça acreditar que... UM DIA A CASA NÃO CAIA.

Tenho certeza, que um dia A CASA CAI... AH, COMO CAI! E quando cair, espero que não venham me dizer, que aconteceu por minha vingança. Afirmarei que não será por causa disso e sim, por pura JUSTIÇA!


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quinta-feira, 5 de abril de 2007

MIL MEU COM MIL SEU...



Um dia acontece!
Ele merece alcançar o seu objetivo. Pelo que já fez ao futebol-arte por esse mundo de meu Deus, e por ser super gente boa, simpatissíssimo, o típico bom malandro e agora, com o nascimento da sua filha com síndrome de Down, ele demonstra uma outra faceta, que vem se somar à sua galeria de bom moço, manifestando com muita responsabilidade a figura do pai carinhoso e presente.
Só, que, independente de tudo isso, enquanto bom rubro-negro que sou, não posso deixar de registrar neste espaço o que anda circulando pela internet. É muito hilário!














terça-feira, 3 de abril de 2007

INTERESSANTÍSSIMO


VALE A PENA LER. MUITO LEGAL!!!
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Como simplificar um texto científico
Beto Holsel
Colaboração: Alexandre Oda e João Carlos Holland de Barcellos

Muitos textos científicos são escritos numa linguagem de difícil compreensão para o grande público. Torna-se necessário traduzi-los para torná-los mais acessíveis ou, pelo menos, para uma difusão mais extensiva da profundidade do pensamento científico. Isto pode ser feito com aplicação de um método engenhoso que consiste na reunião de conceitos fragmentados em outros mais abrangentes que, numa sucessão progressiva de sínteses - ou estágios - reduzem a complexidade do texto original até o nível de compreensão desejado.
Se estas colocações parecem ainda obscuras ou abstratas - o que mostra que são científicas - um exemplo muito simples ilustrará o método e facultará ao leitor esperto praticá-lo em outros textos. O exemplo que daremos a seguir é o de um texto altamente informativo em que são discerníveis elementos de Química, Física, Botânica, Geometria e outras disciplinas.
Como se verificará, entretanto, essa massa de compreensão pode ficar mais próxima. Ao final do quinto estágio, surgirá, clara e límpida, a síntese mais refinada daquele texto, antes incompreensível, que brilhará singela e cristalina, evidenciando a eficácia do nosso método.
TEXTO ORIGINAL
O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum, Linneu, isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e arestas retilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo a impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto que ocorre no líquido nutritivo de alta viscosidade, produzindo nos órgãos especiais existentes na Apis mellifica, Linneu.
No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em conseqüência da pequena deformidade que lhe é peculiar.
Agora, o texto "trabalhado" para que vocês possam compreender tudinho:
PRIMEIRO ESTÁGIO
A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente ao paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo.
Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em conseqüência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.
SEGUNDO ESTÁGIO
O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e, apresentando-se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem o sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas, todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.
TERCEIRO ESTÁGIO
Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel. Porém não muda de forma quando pressionado.
QUARTO ESTÁGIO
Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou flexível.
QUINTO ESTÁGIO
Rapadura é doce, mas não é mole
.
Disponível em:
http://www.humornaciencia.com.br/laboratorio/simples.htm . Acessado e capturado em 3-abr-07
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Compenetrado para 2010

Compenetrado para 2010
Visto pela webCam

EU, COMPENETRADO!

EU, COMPENETRADO!

Eu_pela_camara_do_celular

Eu_pela_camara_do_celular

EUNAPAZ

EUNAPAZ
SORRISO É O ESPELHO DA ALMA.

EU

DE PÉ E À ORDEM... SEMPRE!

"PROF, FRANCISCO MATTOS OE DO ALFREDO CASTRO E MÁRCIA FRANCESCONI

ENCONTRO DE MAÇONS

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PANÓPTICO VIRTUAL

Boca da Barra - CF

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Serra do Rio Rastro (http://www.panoramio.com/photo/752018)

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O VERDE É LINDO!

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